O fracasso do assassinato de Dlhakama


SÁBADO, 25 DE JANEIRO DE 2014

O fracasso do assassinato de Dlhakama

Dizia eu que os jornalistas estavam à ilharga, a esfregar as mãos de excitação e contentamento, tal era a certeza da iminente "savimbizacao" de Afonso Dlhakama. Entretanto, alguém alertou ao general que a intenção das tropas de Xicalango era de tomar de assalto a sua residência e assassina-lo junto com os seus. No mesmo instante Dlhakama ordena a evacuação imediata dos Mazangas, Macuianes, Pondeca, entre outros peso pesados do partido, cuja passagem do posto de controle já ocupado em Mucodza foi objecto de sérias negociações, que incluiu alguns empurrões e rasteiras, visto que a intenção mesmo era de aniquilar toda liderança suprema do movimento dentro de Satungira.
 Enquanto Dlhakama estava ainda atrapalhado a orientar a evacuação do restante pessoal, os comandos do Xicalango, num total de 70 homens aproximadamente, se esgueiravam sorrateira e silenciosamente para as as matchessas, em manobras de cerco e flanquearam todas saídas do local. Segundo se apurou, os 'donos da montanha' proibiram terminantemente que a guarnição do general alinhasse em formação de combate, aludindo que os espíritos protegeriam os hóspedes (toda a equipe do general), pelo que estes estavam na pratica apenas restritos ao quintal das matchessas, exceptuando o pessoal das cancelas.
 De repente, soam vários tiros a curta distancia por todos lados, era a guarda pessoal do líder da Renamo que entrava em ação contra os vários comandos que emergiram do nada entre os arbustos próximos. Num combate quase corpo a corpo e com Dlhakama ainda sentado numa cadeira como se estivesse a assistir um vídeo game, os 14 guardas de Dlhakama conseguiram desbaratar os intrusos, abatendo 52 deles contra nenhuma perda dos guardiões perdizes. Quando Xicalango é comunicado do seu posto na antena que a operação fracassou, ordena um bombardeamento de saturação indiscriminado durante mais de uma hora, tendo Dlhakama se retirado junto do seu staff andando calmamente, deixando para trás todos os bens que incluíam viaturas. Depois dos bombardeamentos cegos, as forças do comando acompanhadas por blindados, rolam em direção as matchessas, encontrando-as abandonadas. Quando o ditador foi informado do fracasso da operação, ele soube a partir daquele momento que tinha-se metido num grande sarilho! A festa do Monte Verde foi cancelada e o ditador regressou abruptamente a Maputo. Dizem que as tropas do Xicalango tentaram encetar perseguição pelas montanhas e foi ai que entraram em ação os 'donos da montanha'.
Mas os sequazes do ditador tentaram o plano B, seguindo dicas do Xicalango, alegando que matando o patriarca e régulo Magunde, o pai do Dlhakama, era a "arma secreta" do general para ser vencido, o que também não deu resultado nenhum porque isso era totalmente falso e fantasioso. Volvidos alguns dias, Guebuza envia a Gorongosa o seu cunhado, o tenente-general na reserva Tobias Dai, ex-ministro da Defesa para coordenar uma super operação especial que envolvia tropas de elite mercenárias zimbabweanas e muito provavelmente angolanas mas em uniforme das Fadm. Tobias Dai foi estrategicamente escalado em Gorongosa com chefe da campanha do partido para as autárquicas mas não isso era um disfarce para enganar os distraídos.
Mas todas as tentativas dos comandos para escalar a serra resultaram num fracasso retumbante e foram repelidas com tremendas baixas incluindo a captura de consideráveis quantidade de armas. O desastre foi de grandes proporções. Lembro-me de uma vez quando chegaram ao hospital local em plena manha vários militares feridos terrivelmente e a gritar ruidosamente feito crianças chorosas, fazendo os utentes fugirem por horror e pânico. Agora querem tentar usar armas superiores proibidas pela convenção de Viena como o temível lança-chamas russo "buratino", com intuito de abrir passagem pelas montanhas mas nenhuma ciência vencera o espirito da montanha de Gorongosa.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Heroínas Moçambicanas

Porquê tanta consideração pelo Samora Machel e Marcelino dos Santos?

Uma visão da Guerra Colonial